sábado, 18 de setembro de 2010

O VENTO DA MORTE!


A MORTE VEM COM O "VENTO DIVINO"

O Japão do século XIII estava em desenvolvimento, à população aumentou, os povoados começaram a crescer e alguns se converteram em cidades. Ampliou-se o comércio com a China, com aquisição de riquezas e novas idéias. O código de honra dos samurais, de uma simples série de lealdades feudais, transformou-se em vigoroso código moral, que se manteve nos séculos posteriores. Contudo durante a regência da família Hojo, houve duas invasões de mongóis procedentes da China, onde haviam conquistado o poder. Em ambas (1274 e 1281), os mongóis foram derrotados pelos japoneses, com a ajuda de dois violentos e oportunos furacões. O kamikaze, ou "vento divino", fez os japoneses acreditarem que eram um povo protegido pelos deuses. A derrota mongol foi de importância crucial na história japonesa e contribuiu como nenhum outro acontecimento anterior para criar um arraigado sentimento de orgulho nacional.


Nos meses finais de 1944 os japoneses, apesar de toda bravura, vontade e ódio principalmente pelos americanos, já davam claros sinais de enfraquecimento de sua máquina de guerra. Neste momento do conflito ressurge a figura do sacrifício suicída pela pátria do sol nascente.
O criador da ação kamikaze foi o almirante da Marinha Takajiro Onishi. Em 19 de outubro de 1944, Onish comunicou a seus pilotos que os americanos haviam desembarcado nas Filipinas. A batalha naval estava próxima, e os métodos tradicionais não seriam suficientes para deter os inimigos. Havia, porém, uma esperança. Aviões de caça do tipo Zero, armados com uma única bomba de 250 quilos, se chocariam contra navios inimigos. A ousadia e o poder destruidor do ataque seriam fatais. As missões eram sempre realizadas acompanhadas por outros aviões mais modernos, a fim de proteger a ação dos kamikazes, para que finalizassem sua missão e objetivo e avaliar e relatar posteriormente seu sucesso ou não na ação.
Havia duas opções de vôo para atingir seus objetivos, um deles era o de mergulho tentando possivelmente acertar o convés onde o estrago era infinitamente maior, ou voando de forma horizontal rente a linha do mar, tentando acertar o convés inferior onde geralmente se guardavam as munições dos navios.


No dia 25 de outubro de 1944, na Batalha do Golfo de Leyte, foram relatados os primeiros ataques da Força de Ataque Especial (Tokkotai, ou Esquadrão kamikaze). Eram 07:40 da manhã, quando marinheiros americanos da Primeira Frota Armada receberam o aviso de ataque aéreo. Seis caças atacaram, sendo dois abatidos pelas armas antiaéreas e um terceiro veio a se chocar com o porta-aviões Santee, os três restantes se afastaram, mas quando tudo parecia terminado um voltou e num mergulho atingiu o porta-aviões Suwanee. No ataque, 31 marinheiros foram mortos e mais 82 foram feridos. Apesar disso, a frota japonesa sofreu pesadas baixas, e nunca mais operaria com eficiência.
Muitos ocidentais ficam chocados ao ver as táticas Kamikazes, a idéia de colocar um garoto em um avião e dizer para ele se matar chocando seu avião contra seu alvo. Mas mesmo se você não disser para ele se chocar contra nada, colocar um garoto com apenas 20 horas de vôo e mandar ele enfrentar pilotos americanos em Hellcats e Corsairs, é uma tática tão suicida quanto o Kamikaze. Nós entendemos que, se eles têm de morrer de qualquer jeito, o ataque Kamikaze irá causar maior dano ao inimigo, com o mesmo custo em vidas, os ataques suicidas resultaram no afundamento de 57 navios, 108 totalmente destruídos, 83 parcialmente destruídos e 206 danificados e na morte de milhares de marinheiros, A possibilidade de transformar-se em um herói incandescente era um privilégio.
Os 2.198 pilotos que jogaram seus aviões contra o inimigo eram todos voluntários; a lista de candidatos a kamikaze foi sempre maior do que o número de aviões disponíveis.


O avião Zero possuía uma maneabilidade muito boa, mas não em velocidades maiores, pois o manche ficava extremamente pesado, então se o piloto kamikaze tentasse um mergulho direto, seria quase impossível acertar o alvo. A tática era voar baixo, rente a água, esquivando-se do fogo inimigo para atingir o alvo.
A ultima noite dos pilotos eram usada para escreverem cartas para seus parentes, no dia seguinte, ao amanhecer, a esquadrilha se reunia no campo, tomavam uma ultima taça de saque, fumavam um cigarro e partiam para o ataque final. No momento da decolagem os pilotos vestiam na testa, uma faixa de algodão branco desenhos de vários significados e levavam uma espada, igual a que os samurais usavam em batalha para avisar que estavam dispostos a morrer pela honra. Nas fotografias da época é possível ver o sorriso sereno dos jovens a caminho da morte.

O ano era 1944, o local ironicamente chamava-se Oceano Pacífico, e o mensageiro dos ventos trazia diariamente a morte!


Fonte: Texto e fotos retirados da internet, da coleção 70º Aniversário da II Guerra Mundial e anotações pessoais do autor do blog
Osmarjun

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